OS QUATRO PILARES DA EDUCAÇÃO

OS QUATRO PILARES DA EDUCAÇÃO
Na nossa sociedade actual, com o seu ritmo acelerado, com uma grande competição pelos lugares de destaque, pelas mudanças rápidas nas novas tecnologias obrigando a que cada um se adapte aos novos contextos o mais rapidamente possível sob pena de ser ultrapassado tornou-se obrigatório pensar-se na educação ao longo da vida e para a vida. E é neste contexto que Jacques Délors, numa altura em que os sistemas educativos formais tendem a privilegiar o acesso ao conhecimento, em detrimento de outras formas de aprendizagem, importa conceber a educação como um todo. Esta perspectiva deve, no futuro, inspirar e orientar as reformas educativas, tanto em nível da elaboração de programas como da definição de novas políticas pedagógicas.
Nesta linha de pensamento, a educação ao longo de toda a vida baseia-se em quatro pilares: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a viver juntos, aprender a ser.
Aprender a conhecer, combinando uma cultura geral, suficientemente vasta, com a possibilidade de trabalhar em profundidade um pequeno número de matérias. O que também significa: aprender a aprender, para beneficiar das oportunidades oferecidas pela educação ao longo de toda a vida.
Aprender a fazer, a fim de adquirir, não somente uma qualificação profissional mas, de uma maneira mais ampla, competências que tornem a pessoa apta a enfrentar numerosas situações e a trabalhar em equipa. Mas também aprender a fazer, no âmbito das diversas experiências sociais ou de trabalho que se oferecem aos jovens e adolescentes, quer espontaneamente, fruto do contexto local ou nacional, quer formalmente, graças ao desenvolvimento do ensino alternado com o trabalho.
Aprender a viver juntos, desenvolvendo a compreensão do outro e a percepção das interdependências — realizar projectos comuns e preparar-se para gerir conflitos — no respeito pelos valores do pluralismo, da compreensão mútua e da paz.
Aprender a ser, para melhor desenvolver a sua personalidade e estar à altura de agir com cada vez maior capacidade de autonomia, de discernimento e de responsabilidade pessoal. Para isso, não negligenciar na educação nenhuma das potencialidades de cada indivíduo: memória, raciocínio, sentido estético, capacidades físicas, aptidão para comunicar-se.
Assim, passo a expor o capítulo quatro do Relatório para UNESCO da Comissão Internacional sobre a Educação para o século XXI, elaborado por Jacques Delors e tal, em 1996. Os Quatro Pilares da Educação.
No capítulo que se segue deste relatório da UNESCO, aborda-se a Educação ao longo de toda a vida. Fala-se do bom exemplo sueco e alemão, sendo que na Suécia os adultos continuam a estudar mesmo depois de terem o seu percurso profissional decidido, enquanto na Alemanha os autores enaltecem o sistema duo, ou seja os indivíduos recebem formação numa determinada área escolhida pra sobreviver e seguidamente fazem aquele curso que sempre quiseram fazer para obter maior satisfação pessoal e de realização.
O conceito de educação ao longo de toda a vida é a chave que abre as portas do século XXI. Ultrapassa a distinção tradicional entre educação inicial e educação permanente. Aproxima-se de um outro conceito proposto com frequência: o da sociedade educativa, onde tudo pode ser ocasião para aprender e desenvolver os próprios talentos.
Nesta nova perspectiva a educação permanente é concebida como indo muito mais além do que já se pratica, especialmente nos países desenvolvidos: actualização, reciclagem, conversão e promoção profissional dos adultos. Deve ampliar a todos as possibilidades de educação, com vários objectivos, quer se trate de oferecer uma segunda ou terceira oportunidade, de dar resposta à sede de conhecimento, de beleza ou de superação de si mesmo, ou ainda, ao desejo de aperfeiçoar e ampliar as formações estritamente ligadas às exigências da vida profissional, incluindo as formações práticas.
Em suma, a “educação ao longo de toda a vida”, deve aproveitar todas as oportunidades oferecidas pela sociedade.